Merlo Assessoria - Projeções econômicas apontam instabilidade e aumento dos juros em 2022

Projeções econômicas apontam instabilidade e aumento dos juros em 2022

Empresas estruturadas econômica e financeiramente terão maior vantagem competitiva

O próximo ano será de mais desafios para a economia brasileira: inflação crescente, juros aumentando e restringindo o crédito, baixo crescimento e instabilidade no câmbio. Cenário desafiador exige melhor estruturação das empresas para manter-se no mercado.

O alerta é do diretor da Merlo Educação Executiva e Assessoria Empresarial, Roberto Aurélio Merlo, com base nas projeções divulgadas pelo Banco Central e pelo Banco do Brasil. A estimativa é de manutenção da instabilidade econômica vivida neste ano, a maior experimentada pelo Brasil nos últimos 20 anos.

“Tivemos um primeiro semestre positivo e um segundo com retração no consumo. Na indústria, porém, alguns sentiram de forma mais intensa, outros ainda nem perceberam. Uma leitura muito presente é que a retração do ano passado por conta da pandemia acabou favorecendo alguns segmentos da indústria e, depois, houve uma mudança no cenário. Com o aumento constante dos insumos, a indústria precisou absorver e repassar para o comércio, o que consequentemente impactou na prestação de serviços e lá na ponta caiu no bolso do consumidor. Várias situações se ramificam a partir desta instabilidade, o que nos preocupa bastante para 2022”, explica Merlo.

Para crescer neste cenário incerto, segundo Merlo, as empresas terão que investir em maior eficiência. “Nossa produtividade é muito baixa comparada com qualquer país em desenvolvimento. A partir do momento que tivermos mais eficiência, conseguiremos repassá-la para o consumidor e aquecer a economia”, aponta.

A baixa produtividade decorre, principalmente, do apagão de mão de obra qualificada no País, que tem comprometido o crescimento brasileiro. “Falta produtividade e eficiência no chão de fábrica, isso é fato. As empresas terão que investir mais em capacitação internamente para formar seus próprios talentos”.

Indicadores para 2022

As projeções da Taxa Selic para o próximo ano batem no patamar de 11%, muito acima de 2021, quando o indicador alcançou 9,25%.  “É claro e evidente que as taxas de juros vão continuar crescendo e permanecerão num patamar elevado em 2022 para conter a inflação”, analisa o diretor.

A inflação, no entanto, que está em 10% neste ano, deve cair para 5% devido à alta das taxas de juros, descolando-se da Selic. O crescimento do PIB, que em 2020 foi negativo, está em 4,5% em 2021, porém as projeções para 2022 indicam crescimento de apenas 0,5%. “Ou seja, teremos um crescimento baixo da economia no ano que vem devido ao alto custo da produção industrial, à escassez de insumos e à queda no poder de compra das famílias. Portanto, será desafiador o crescimento consistente e com sustentabilidade”, projeta Merlo.

Em relação ao dólar, a projeção é que se mantenha num patamar entre R$5,40 e R$ 5,60 nos períodos de instabilidade, o que provoca um desajuste duplo: quando o câmbio sobe e desvaloriza o real, facilita a exportação, provocando a falta insumos para o mercado interno.

 

O que fazer?

Para Roberto Aurélio Merlo, o que fará a diferença nas empresas a partir de agora são as melhorias dos processos, produtividade, ganho de eficiência e retenção de talentos.  “A partir de 2022, teremos uma relativa estabilização dos indicadores, mas com um cenário de taxas de juros acima da inflação, portanto os juros serão reais. Empresas estruturadas econômica e financeiramente terão maior vantagem competitiva”.

O especialista em gestão e finanças faz uma analogia para explicar na prática como as empresas podem melhorar seus indicadores.

“Vamos fazer uma analogia com um veículo de porte pequeno: a empresa, de qualquer ramo, anda em cima de quatro pneus como um carro. Se um pneu não tiver bem cuidado, com aderência, o carro todo sai da estrada. Nós precisamos dos quatro pneus constantemente em bom estado. Os pneus que movimentam a atividade econômica no segundo setor são: pessoas, processos, clientes e caixa/financeiro”.

O maior problema enfrentado hoje pelas empresas está no item pessoas – falta de mão de obra qualificada e comprometida com o negócio. “Neste aspecto, precisamos de ações rápidas para o desenvolvimento de pessoas, cursos técnicos, capacitações. As empresas estão trabalhando com captação e retenção de talentos, mas ainda precisam investir em produtividade, desempenho e valorização da mão de obra”.

Em processos, o desafio está na busca por maior eficiência para reduzir perdas, retrabalhos, reprocessos, devoluções e assistência técnica. “Muitas vezes o empresário reclama que está pagando muito imposto, mas se for ver o problema não é esse, é baixa eficiência. Porque o imposto ele repassa no preço e quem paga é o cliente, não a empresa. Muitas vezes o empresário terceiriza a culpa, quando na verdade, se ele olhar para dentro, o problema é o seu segundo pneu”.

O terceiro pneu é o cliente. As empresas precisam conhecer suas demandas e entregar soluções. “Não observar com precisão o que o cliente quer é a grande falha”.

Já o quarto item aborda um fato que não acontecia há 20 anos no Brasil: falta de caixa, em função da maior necessidade de capital de giro. As empresas precisam de um volume muito maior de insumos para manter o ciclo operacional, porém, a preços maiores, o que exige mais dinheiro. Aqui cito a clássica frase que é um mantra no nosso setor: uma empresa sobrevive sem lucro, mas não sobrevive sem caixa”.

Se você quer saber mais sobre o assunto e como melhorar a gestão e conseguir melhores resultados, entre em contato com a nossa equipe da Merlo Educação Executiva e Assessoria Empresarial. Estamos à disposição para orientá-lo e assessorá-lo neste trabalho.

 

Atualizada em 21/12 as 08:15

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